quinta-feira, 15 de março de 2018

DANE-SE O MUNDO, QUEREMOS A TAÇA DO MUNDO

O pé de Neymar está valendo rios de ouro. Foi com muita comoção internacional que as mídias mundiais acompanharam a cada etapa, desde sua lesão durante o jogo até seu descanso em sua rica mansão, os fatos que marcaram o tratamento da fratura em seu pé. Até a visita de sua namorada em sua mansão é tema de debate. Se as relações íntimas neste momento ajudariam ou não o jogador se recuperar e se preparar para a Copa do Mundo. A torcida brasileira deseja ver Neymar nos campos da Rússia, e conquistar mais um título de campeão mundial. Até a classe política também tem esse desejo, mas neste caso deixemos esse debate em outra ocasião.
A questão é que nosso mundo vive tão conturbado e insustentável para a vida, mas esses temas não causam tanta comoção. Alguns internautas chamaram atenção nas redes sociais para as pessoas se comoverem com as notícias de crianças sírias sendo mortas em meio aos bombardeios em vez de aumentar ibope das matérias da imprensa a respeito da cirurgia realizado no Neymar. Pessoalmente não conheço esse jogador, e nem é culpa de sua pessoa se o sistema econômico se regula nessa dinâmica. Inúmeras guerras se sustentam pela ordem econômica mundial, no qual estamos inseridos e as nossas necessidades são por ela regulamentada. Inclusive, o mesmo sistema que nos faz comover pelo pé de Neymar e, não dirigir nossa atenção ao nosso vizinho que atravessa uma enfermidade de muita gravidade, e que continua na espera da fila do SUS para receber uma consulta. Talvez, estejamos com viseiras invisíveis em nossos olhos e, algum ser conduz a direção de nossa visão.

Hoje se constata que o atual sistema econômico é insustentável para a vida no planeta, tanto humana quanto do meio ambiente. Os biólogos constataram que as geleiras se derretem por conta do efeito estufa que atinge o Planeta Terra. Entretanto, se constata que os esforços para pensar numa mudança de paradigma que reverta esta condição de vida planetária e abandonar o modo de vida que promove espetáculos como a cobertura do pé de Neymar são débeis. A Itália já mostrou sinais que cidades ficarão submergidas daqui a cem anos se as geleiras assim continuarem a derreter com alguns locais próximo ao mar alagados por conta de maré alta. Há preocupações também no litoral brasileiro. Mas, isso pouco importa na mentalidade que mede a qualidade de vida pelo acesso aos bens de consumo. Ou seja, seres humanos podem se matar nas guerras e, o planeta ser destruído por conta da degradação ambiental, mas o consumismo tem que continuar. 

quinta-feira, 1 de março de 2018

PENSAMENTOS E AMOR DO CAMINHANTE

Pela avenida segue um jovem conhecido como Juninho. Os amigos não sabem ao certo o seu nome. Foi com esse nome que o conheceram. Assim ele seguia num dia de primavera de outubro, percebendo que o céu, mesmo com a cor azul dominando a coloração do firmamento, nuvens negras se formam, dispersas elas saiam de seus lugares e se aproximavam umas das outras. As nuvens, dessa forma, anunciavam que em breve, um aguaceiro cairia em tempestade sobre o asfalto mal planejado do solo da cidade.
Era esse asfalto que os pés de Juninho tocavam a cada passada. Porém, sua mente voava para um mundo distante desse solo, em diversos pensamentos desconexos e flutuantes. Estes não se fixavam em ponto algum, mas dispersavam em meio a turbilhão de sonhos. Ele sonhava ingenuamente que ao chegar em casa, ligaria a TV e dela receberia uma boa notícia do jornal policial, ao qual iria anunciar o fim das ações macabras de assassinatos, roubos e guerras. Todavia, o apresentador que construía sua carreira profissional explorando as ações mais cruentas projetadas no subterrâneo da alma humana, continuou a relatar as execuções de ações violentas mais sangrentas da sociedade. Mas, mesmo assim, ele acreditava que receberia uma notícia que consolaria sua alma de suas angústias e, o encheria de novas esperanças no mundo. Ele não se dava conta que nuvens carregadas sobre sua cabeça, vagarosamente, se aproximavam umas das outras. Em poucos minutos, o céu desabou em enxurradas de água.
Pela manhã, ele costumava assistir o jornal matinal para ouvir boas novas do mundo da política, algo que pudesse alimentar a esperança, e afastar sua alma do nevoeiro. De tanto ouvir inúmeras informações, Juninho passou, a partir desse dia a não acreditar mais no que as pessoas dizem na TV e, também concluiu que os representantes do poder público mentem para se manter como dominadores e possuidores de variados privilégios. Com o tempo, ele descobriu que não são apenas os governantes que mentem, mas também os cidadãos comuns, os homens e mulheres que passam por essa vida. E, assim a cada passada de seus pés sobre o asfalto mal construído, seus pensamentos seguiam vagueando.

Mas, o amor o alegrava. Juninho seguia caminhando sentindo seu corpo arder de desejo ao pensar em sua amada. Ele sentia pela avenida seu calor e seu perfume. A atração que sentia pela amada lhe dava nova plenitude de vida. E, corria em seu corpo um calor vital que lhe fazia sentir mais forte. Sentir o corpo da amada sobre seu corpo lhe despertava a virilidade, força que fazia sentir um homem forte e confiante para ir á luta neste mundo conturbado. Assim, ele segue a grandes passadas pela avenida.

É OU PARECE SER

A vida e suas disputas. Hoje me vi cantando uma canção de Renato Russo que diz que tudo que é demais não é o bastante, que a primeira vez é ...