No
dia 09 de agosto de 2019, alguns repórteres abordaram o presidente Jair
Bolsonaro e, como de costume, lhe fizeram diversas interrogações em busca de
respostas que possam ser de interesse público ou de mais algumas de suas
“pérolas” para a venda de notícias polêmicas. E, se deve reconhecer que Bolsonaro
tem se tornado um grande contribuidor para os jornalistas de plantão adquirir
materiais formidáveis para elaborar matérias empolgantes para os leitores,
principalmente para seus opositores, com discursos agressivos, pronunciamentos
irônicos e debochados e poucos argumentativos para justificar as ações
governamentais.
E,
nesse dia não foi diferente. Ao ser questionado por um dos jornalistas a
respeito da possibilidade de conciliação entre preservação ambiental e
crescimento econômico, o presidente Bolsonaro lhe sugeriu fazer cocô dia sim e
dia não como contribuição na redução da poluição do meio ambiente. Com essa
resposta, mais uma vez ele se expõe com a imagem de um líder do executivo
incapacitado em apresentar com clareza seu projeto político e imaturo para o
exercício do cargo presidencial. Para o exterior, esse modelo discursivo
fornece à imprensa internacional pouco simpática para conosco, povo brasileiro,
elementos para retratar-nos como pessoas imbecilizadas, ignorantes, bestas
sensualizadas que só produzimos jogadores de futebol, carnaval, e fornecemos
para o mundo a cultura musical pornográfica. É interessante ter-nos memória da
imagem espetaculosa da votação da aprovação do impeachment da ex-presidente
Dilma Rousseff, que retratou o congresso nacional, no mínimo, como um local que
os parlamentares não levam muito a sério como local de trabalho de grande importância
de tomada de decisões políticas.
Essa
sugestão irônica deve-se ser considerada também como uma perda de oportunidade
do presidente Bolsonaro de comunicar para o povo brasileiro sua preocupação e
interesse por essa temática, pois, muitos de nós somos conscientes da
importância da expansão do agronegócio para a economia brasileira, mas por
outro lado, da inviabilidade de manter o desmatamento em crescimento, tornando
cada vez mais insustentável o modelo de produção agrícola vigente. E, grande
responsável pelo desmatamento é a expansão do agronegócio.
Claro
que um presidente não tem como apresentar soluções mágicas para todos os
problemas de um país, mas também responder questionamentos pertinentes com
deboches não traz ganhos nem para o governo e nem para os cidadãos.
É compreensível que nem todos os jornalistas
são simpáticos a um estilo de governo e, isso é uma realidade desde a origem dos jornais impressos, ou seja,
não é uma postura atual. Mas, no momento que um político democraticamente
eleito aceita exercer a função governamental, é proveitoso para si e para a
população a condução de forma respeitosa para com a equipe jornalística. E este
ciente que sua profissão é transmitir as informações para os cidadãos, de forma
ética e competente.
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