domingo, 11 de agosto de 2019

DEFECAÇÃO RACIONADA PARA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL



No dia 09 de agosto de 2019, alguns repórteres abordaram o presidente Jair Bolsonaro e, como de costume, lhe fizeram diversas interrogações em busca de respostas que possam ser de interesse público ou de mais algumas de suas “pérolas” para a venda de notícias polêmicas. E, se deve reconhecer que Bolsonaro tem se tornado um grande contribuidor para os jornalistas de plantão adquirir materiais formidáveis para elaborar matérias empolgantes para os leitores, principalmente para seus opositores, com discursos agressivos, pronunciamentos irônicos e debochados e poucos argumentativos para justificar as ações governamentais.
E, nesse dia não foi diferente. Ao ser questionado por um dos jornalistas a respeito da possibilidade de conciliação entre preservação ambiental e crescimento econômico, o presidente Bolsonaro lhe sugeriu fazer cocô dia sim e dia não como contribuição na redução da poluição do meio ambiente. Com essa resposta, mais uma vez ele se expõe com a imagem de um líder do executivo incapacitado em apresentar com clareza seu projeto político e imaturo para o exercício do cargo presidencial. Para o exterior, esse modelo discursivo fornece à imprensa internacional pouco simpática para conosco, povo brasileiro, elementos para retratar-nos como pessoas imbecilizadas, ignorantes, bestas sensualizadas que só produzimos jogadores de futebol, carnaval, e fornecemos para o mundo a cultura musical pornográfica. É interessante ter-nos memória da imagem espetaculosa da votação da aprovação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que retratou o congresso nacional, no mínimo, como um local que os parlamentares não levam muito a sério como local de trabalho de grande importância de tomada de decisões políticas.
Essa sugestão irônica deve-se ser considerada também como uma perda de oportunidade do presidente Bolsonaro de comunicar para o povo brasileiro sua preocupação e interesse por essa temática, pois, muitos de nós somos conscientes da importância da expansão do agronegócio para a economia brasileira, mas por outro lado, da inviabilidade de manter o desmatamento em crescimento, tornando cada vez mais insustentável o modelo de produção agrícola vigente. E, grande responsável pelo desmatamento é a expansão do agronegócio.
Claro que um presidente não tem como apresentar soluções mágicas para todos os problemas de um país, mas também responder questionamentos pertinentes com deboches não traz ganhos nem para o governo e nem para os cidadãos.
É  compreensível que nem todos os jornalistas são simpáticos a um estilo de governo e, isso é uma realidade  desde a origem dos jornais impressos, ou seja, não é uma postura atual. Mas, no momento que um político democraticamente eleito aceita exercer a função governamental, é proveitoso para si e para a população a condução de forma respeitosa para com a equipe jornalística. E este ciente que sua profissão é transmitir as informações para os cidadãos, de forma ética e competente.

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