Na
Venezuela foi realizada uma eleição de consulta popular a respeito
da formação da Assembleia Constituinte.Em meio a diversos protestos
organizados pela oposição ao governo, o presidente Nicolás Maduro
dissolveu o parlamento há alguns meses, no qual a maioria dos
parlamentares eram opositores, para poder iniciar o rito de
constituição dessa assembleia. Por outro lado, os jornais noticiam
constantemente atos de violência nas cidades venezuelanas, em que de
um lado se concentram os grupos que protestam contra o governo de
Maduro e, e de outro a segurança estatal que reprime as ações dos
manifestantes. Neste caos a situação econômica se encontra num
declínio de recursos básicos para a sobrevivência. Faltam
alimentos nos mercados e medicamentos nas farmácias. A escalada de
desemprego cresce e, inseridos nestas circunstâncias, milhares de
venezuelanos migraram para a fronteira brasileira em busca de
recursos alimentícios ou emprego. Muitas são as incertezas para
onde caminhará este país, numa explosão de conflitos, dos que
confiam nas propostas do governo e dos quais querem sua saída do
poder.
Como
costuma ocorrer no cenário internacional em semelhantes ocorrências,
diversos países e instituições internacionais manifestaram repúdio
as decisões do governo Maduro. Mas, Bolívia, Rússia, Cuba e
Equador se posicionaram defendendo-o. Entre os grupos que se opõem
ao presidente venezuelano, o presidente dos EUA, Donald Trump, foi o
mais rígido e duro e, anunciou que vetará cidadãos americanos a
fechar negócios com Venezuela e, defendeu que sanções econômicas
sejam tomadas enquanto perdurar essa situação política. A ONU,
principal organismo político internacional tem feito discursos
condenatórios às decisões de Maduro.
Por outro
lado, o grupo de países que apoiaram o governo venezuelano argumenta
que se deve defender a soberania do país, e que a vontade de seus
cidadãos devem ser respeitada e resguardada. E, aproveitou também
para acusar os EUA de se utilizar de sua política internacional
intervencionista, que promovem o colapso econômico dos países que
não entram em sua dinâmica de negócios em busca de atender os
próprios interesses. No caso do Brasil, a postura oficial foi de
repúdio a Maduro, mas o principal partido de esquerda, o PT, na fala
da senadora e atual presidente desse partido, foi de apoio,
entendendo que seu governo sofre perseguição de uma onda
conservadora que está desmontando os governos mais populares da
América do Sul, exemplo disso foi a movimentação parlamentares
para arquitetar o impeachment da presidente Dilma Roussef.
Diante
disso que caminho Venezuela irá trilhar? Especialistas em ciências
políticas apresentam diversos pareceres que são possibilidades de
se suceder. Pode ser que Maduro abra mão de sua radicalidade
política e abdique de parcelas de seu plano político para negociar
com as grandes forças do capital para atrair ao menos produtos mais
fundamentais que se encontram escassos.Se for levar em consideração
que nos tempos atuais é muito difícil uma nação se manter numa
postura política de autossuficiência e se fechar ao grande capital,
principalmente às grandes nações. Mas, mesmo com essa dificuldade
pode ser que ele mantenha firme em seu propósito de defender as
riquezas do solo venezuelano, principalmente o petróleo contra a
avidez do capitalismo internacional, que as compram a preço baixo e
com elas, aumentam sua fortuna.
Vale
ressaltar o que sabemos a respeito da situação atual da Venezuela
nos chega por meio dos grandes veículos de comunicação. As grandes
emissoras selecionam o que publicar e como publicar seguindo uma
política rígida de divulgação das informações que dificilmente
se dá para crer que é somente escolha técnica e imparcial. E, com
as mídias sociais que cresceram de forma avassaladora e
descontrolada que bombardeiam a população de informações que mais
a confundem que a informam dos fatos e situações. E, pela postura
dos jornalistas das grandes emissoras, sutilmente se percebe que eles
defendem a ação de isolar a Venezuela enquanto Maduro estiver no
governo e, isso significa que ela deve ser retirada da Mercosul.
Também
vale destacar que entre as nações que saíram em defesa do
presidente venezuelano são as tendências de governos ou nações
que seguem a visão ideológica socialista. No caso da Rússia
muitos especialistas poderão argumentar que ela deixou de ser
socialista desde a queda do Muro de Berlim e a desconfiguração da
URSS. Mas, se levarmos em conta que de 1989 para cá são apenas 28
anos, isso é um período histórico curto para apagar as marcas da
Guerra Fria e, de uma postura político ideológica de uma nação.
Será que
nesse embate entre os partidários de Maduro e opositores suas
posições são motivadas apenas por questões humanitárias sem
embate de interesses econômicos e ideológicos por detrás desses
discursos? Será que é o capitalismo busca crescer desenfreadamente
e há grupos que querem por um freio?