terça-feira, 15 de janeiro de 2019

MITO COM PRAZO DE VALIDADE?


Há pouco tempo iniciou-se o novo governo executivo do Brasil, com a posse do presidente Jair Bolsonaro, e com esse evento muitas expectativas se afloram no imaginário coletivo do povo brasileiro. Anos antes da última eleição presidencial, Jair Bolsonaro, ainda deputado federal, atraiu para si diversos seguidores, como fãs e admiradores, por conta de seus discursos radicais com tons firmes e truculentos contra movimentos sociais e políticos de partidos ideologicamente de esquerda. Oposicionista ferrenho do governo do PT, Jair Bolsonaro afirma que este partido e os movimentos por este apoiado afundaram o país, colocando-o numa tremenda crise econômica e institucional, que os jornais noticiavam cotidianamente.
Contudo, esse governo começou a dar os primeiros passos na condução executiva da nação e, já deixa mostras que a imagem do personagem mitológico Jair Bolsonaro, homem íntegro e incorruptível, semideus moralizador e defensor dos bons costumes poderá sofrer pequenas fissuras ou mesmo desabar por conta dos jornais apresentarem ao público algumas situações e relações, no mínimo estranhas, envolvendo pessoas ligadas ao seu governo e até seus próprios filhos nelas envolvidas. E, se soma a isso, seus novos discursos, recheados de palavras bem estruturadas e, de sofismos para defender interesses específicos de um grupo social privilegiado economicamente em detrimento dos direitos sociais da grande massa populacional, como os direitos trabalhistas, por exemplo.
Uma atitude que não agrada nem mesmo uma parcela da classe média brasileira é o alinhamento idolátrico de presidente Jair Bolsonaro aos EUA e a Israel. Essas nações conhecidas internacionalmente por promover ataques bélicos e exploração das nações menos desenvolvidas, o discurso do novo presidente sinaliza um afrouxamento do Brasil aos interesses das nações mais ricas e poderosas. E, mesmo falando da defesa da soberania nacional, na prática seu plano de política internacional sinaliza submissão brasileira às nações imperialistas.
Dessa forma, o prognóstico até o momento é o arruinamento sistemático da imagem do personagem mitológico. Isso pode não significar a redução do poder e influência desse governo na relação com o poder legislativo e judiciário, mas, do desabamento da ilusão, mais uma vez criada no imaginário popular, da chegada do messias salvador da pátria.

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