quarta-feira, 8 de março de 2017

VIOLÊNCIA EM EVENTOS URBANOS: QUAIS SÃO SUAS CAUSAS?




Quando assistimos nos telejornais algumas notícias de agressões como de torcidas organizadas concentradas a caminho de estádios de futebol, de grupos de foliões de carnaval promovendo invasão de edifícios residenciais, assédio e agressões físicas às mulheres em meio aos blocos de carnaval ficamos intrigados. São notícias fortalecem os argumentos dos que preferem permanecer no recanto do lar que sair em meio a multidão em períodos festivos ou em eventos de concentração de massa. Mas, para além de preferências pessoais de se reunir em eventos de massas ou de frequentar espaços mais recolhidos, cabe questionar quem são essas pessoas que agridem os outros e o que os levam agir desse modo quando se encontram em meio a multidão.

Em nosso imaginário, quando ouvimos ou assistimos os noticiários que alguma pessoa foi privada de liberdade por ter cometido esses tipos de agressões, nossa fantasia cria um personagem de cara fechada, feições de raiva, de comportamento rude e grosseiro e de aspecto sombrio. Entretanto, nossa imaginação nos leva ao engano em muitos dos casos e, nos sentimos surpreendidos que muitas dessas mesmas pessoas privadas de liberdade são descritas como pacíficas, solícitas, solidárias e de temperamento calmo por seus parentes, amigos e conhecidos. Um exemplo de um caso intrigante, foi quando, em 2013 um membro da torcida organizada Força Jovem do Vasco foi preso por ter sido identificado em imagens de vídeo, em que aparece agredindo com uma barra de madeira ou de ferro um torcedor do Atlético Paranaense, que já estava caído na arquibancada do estádio de futebol, em Joinville-SC. Quando os repórteres foram investigar como esse agressor era visto por seus parentes, amigos e conhecido em sua cidade natal, Nova Iguaçu-RJ, se surpreenderam ao descobrir que ele era reconhecido como um homem bem-humorado, educado, pacífico e empenhado em seu trabalho. Inclusive, já tinha participado de grupo jovem de uma igreja evangélica. Diante deste paradigma interrogações são feitas em nossa mente: que leva indivíduos com características semelhantes as descritas acima tomar atitudes violentas em agrupamentos de massas?

Partindo de argumentos de diversos especialistas em estudos humanos e sociais pode-se elencar algumas supostas causas:



a) a necessidade de buscar aceitação em determinados grupos que aprovam a valentia e a brutalidade, motiva muitas pessoas se comportarem com violência, mesmo que na própria consciência esta atitude seja moralmente reprovada.



b) O extravasamento de rancores e frustrações reprimidos em diversas áreas da vida, como familiar, profissional, econômica e afetiva que em concentração de massa os indivíduos se tornam encorajados em projetar contra os outros que, na maioria das vezes, não se tem conhecimento quem sejam eles.



c) Intolerância e preconceito a determinados grupos de pessoas, que em seu ambiente familiar e profissional muitos indivíduos se encontram receosos de expressarem sua fúria por conta da necessidade de contar com a segurança ao grupo em que se vive, e encontram-se mais estimulados em externar quando reunido em grupos de massa que partilham das mesmas ideologias.



d) Procura de aventura e adrenalina, mesmo que seja para entrar em conflito violento com outro.



Mesmo que em todas essas argumentações das ocorrências de agressões em meio aos grupos de massa em eventos urbanos não sejam suficientes para responder a todos esses fatos, mas esse tema merece atenção por ter se tornado comum nos espaços urbanos, como fatos sociais que cresceram com a concentração da população das cidades em movimento expansivo de densidade demográfica, como fenômeno da modernidade e, que continua perene na contemporaneidade.

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